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Vaias
As vaias irritam, chocam e deprimem quem é vaiado. Quem vaia o faz para demonstrar insatisfação, inconformidade e repulsa. Vaia-se no teatro ou na ópera quando o espetáculo decepcionou. A vaia raramente é unânime. Quase sempre se mistura com aplausos. O mais comum é a unanimidade no aplauso e não na vaia. Não é possível contaminar um público inteiro com vaias despropositais e generalizadas. As vaias, em vários momentos distintos, ao Senhor Presidente da República no Maracanã na abertura do Pan pode até ter sido incentivada inicialmente por um grupo hostil. No entanto ela, não teria a adesão todos se, de fato, não houvesse uma insatisfação daquela multidão com a situação atual. Até porque aquelas pessoas tão variadas nas suas origens representam um contingente muito maior de brasileiros que não estão satisfeitos com o governo federal.
Muitos no Brasil atual, não se conformam com a corrupção no centro do poder e que parece ser tratada com bastante complacência. Não se trata de qualquer corrupção, quase sempre razoavelmente resolvida pela Polícia Federal, mas daquela gerada na cúpula em volta do presidente e dos partidos que o sustentam e não é resolvida. Há, por outro lado, muitos pontos positivos que para a metade dos brasileiros são suficientes para uma boa avaliação do governo federal. Mas uma outra metade que pode ser identificada nas classes médias urbanas pensa diferente e não está satisfeita. As vaias são um direito democrático sempre incentivado e usado pelo partido que atualmente está no poder até antes de possuí-lo.
Normalmente quem está acostumado a vaiar não gosta de sê-lo. Considerei as vaias no Maracanã negativas para o público e positivas para o Presidente, mesmo diante de sua confessada tristeza momentânea. Fico pensando que grande presidente ele seria, maior ainda do que já o é, se os aspectos positivos do seu governo se aliassem a uma limpeza ética, não étnica, ao combate às jogatinas políticas e ao corporativismo petista em detrimento da competência administrativa, a uma revolução social que passasse pela geração de empregos. Que todos os ganhos econômicos do país servissem para financiar a urbanização das favelas, a reforma agrária, ao sistema de educação, saúde e segurança pública.
Se os problemas estruturais, tais como o sistema de transporte público nas grandes cidades, o sistema viário, dos portos e dos aeroportos, da casa própria tivessem uma esperança de solução mais competente. E a educação e o cuidado com as crianças e jovens. Ao invés de incentivar a distribuição de preservativos para as crianças, houvesse escolas de tempo integral e livros nas mãos da juventude e esperança de participação digna na nossa sociedade. Se o público do Maracanã sentisse que existe um propósito sério no nosso governo de encaminhar bem este nosso futuro, não haveria a contaminação de eventuais vaias começadas por quem quer que seja. Mas os aplausos iriam contaminar o Maracanã e o Brasil. Se as vaias servirem para o governo pensar nisto, são positivas!
Padre José Cândido da Silva
Pároco da Igreja São Sebastião - Barro Preto
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