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Estado Laico
As bases para uma autonomia do poder civil estão presentes no Evangelho e em muitos documentos da Igreja. Se em determinados momentos da história do ocidente o poder civil e o poder religioso estiveram juntos, isto não foi por inspiração do evangelho, nem por doutrina, nem por motivos religiosos mas por questões políticas. Se tivemos exemplos de uniões do Estado com a Igreja temos outros tantos exemplos de conflitos terríveis entre ambos. As duas situações causaram, em igual proporção, danos tanto à Igreja como ao Estado. Jesus disse: “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21). O Concílio Vaticano II reconhece a competência do Estado nos seus negócios mas reconhece igualmente o papel da Igreja na sua missão. Não se trata simplesmente de dividir as tarefas em espirituais e temporais. Não há ser humano sem corpo e nem ser humano sem alma. Formamos um todo uno e indissolúvel. Por isto Estado e Igreja devem coexistir em colaboração e entendimento mútuo para o bem do ser humano e das comunidades concretas. A Igreja, como instituição, não vai e nem pode ditar regras ou governar um país.
Mas a Igreja, como perita em humanidade, na expressão do Papa Paulo VI no seu memorável discurso na ONU, pode e deve iluminar a consciência dos cidadãos e, principalmente dos políticos, com a luz e a riqueza do Evangelho para a construção de uma sociedade reconciliada e digna. Quando se afirma um Estado laico, afirma-se um Estado baseado na vontade soberana do povo. Os governantes agem a serviço deste povo e decidem conforme os valores ditados pela maioria dos cidadãos. A Igreja colabora na formação de uma consciência individual séria e responsável que saiba tomar decisões em um padrão elevado de moral social e particular. Nesta responsabilidade se constrói uma possibilidade de consenso estribado em valores básicos e comuns. Por isto causa profunda estranheza o fato de alguns quererem introduzir leis e atividades contrárias ao desejo da maioria e quando a Igreja exerce seu papel de consciência crítica destes processos anti-democráticos levantam a bandeira do estado laico. Todos podem propagar suas opiniões, mesmo minoritárias, todos podem pressionar os políticos, mesmo através de trocas espúrias, todos podem fazer lobby para conseguir seus objetivos, mesmo para o interesse de uns poucos, mas os cristãos e a Igreja não, porque o estado é laico. Não se pode ignorar que a maioria esmagadora dos brasileiros, cristãos e não cristãos, não quer a ampliação dos casos de interrupção da gravidez, já previstos em leis. Não matar é uma lei de sobrevivência universal. O Sr. Deputado Cyro Gomes tentou ridicularizar D. Luiz Cappio dizendo que ele entende da virgindade de Maria e não da transposição do Rio São Francisco. A obra da transposição já começou. Não só D.Cappio defende a revitalização do rio mas a maior parte dos ambientalistas. É possível que a obra se faça sem a anuência da maior parte dos brasileiros e, pior, contrariando os interesses da população ribeirinha para beneficiar as grandes empresas às custas do nosso dinheiro que vai para o ralo. A obra nem começou e já se gastaram R$400.000,00 dólares. A mesma quantia que daria para revitalizar o rio, segundo o jornal Folha de São Paulo. O estado é laico!
Padre José Cândido da Silva
Pároco da Igreja São Sebastião - Barro Preto
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