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O Refinamento Sufocado dos Mestiços

O Refinamento Sufocado dos Mestiços


Segundo especialistas renomados, foram os mestiços que produziram o melhor da cultura brasileira, na suas origens. Em 1786 Minas, por exemplo, contava com 65.644 brancos contra 100.685 mestiços e 196.498 escravos negros. Os brancos, em geral, não faziam nada, os negros trabalhavam como escravos e aos demais sobrava o espaço das artes e dos ofícios liberais. Na literatura temos um incomparável Machado de Assis acompanhado de um Lima Barreto, João do Rio, Campos Sales, Nilo Peçanha, Castro Alves etc. Na música, os nossos assimilam um Haydn, um Mozart e os maiores compositores italianos e portugueses da época. Um estropiado escultor e arquiteto, o Aleijadinho, conseguia maravilhas dignas de um Michelangelo com as nossas pedras sabão! Ouro Preto, antiga Vila Rica, São João del Rey, Mariana, Diamantina foram celeiros de onde saíram, entre outros, um Lobo de Mesquita, Manuel Dias de Oliveira, Ignácio Parreiras Neves, Martiniano Ribeiro Bastos, Pe. José Maria Xavier. Exímios músicos todos eles! O predomínio deste grupo étnico nas belas artes brasileiras começou a incomodar os brancos formados em escolas de além-mar. 

Prova disto é a virulência e o ressentimento de um Gregório de Matos contra a relevância dos mestiços nas artes cultas e elaboradas. Dele são estas preciosidades: “Não sei para que é nascer, neste Brasil empestado, um homem branco e honrado sem outra raça. Terra tão grosseira e crassa que a ninguém se tem respeito salvo se mostra algum jeito de ser mulato”.De outra feita ele vocifera: “Um branco todo encolhido e um mulato todo ousado”. E lamenta por si mesmo: “Pois eu por limpo e por branco fui na Bahia mofino”! A partir destes testemunhos percebe-se que os brancos foram surrupiando os espaços ocupados pelos mestiços e animando-os com a possibilidade de se dedicarem às atividades que dispensavam elaboração e empenho! A migração européia posterior consolidou o lugar, até hoje subalterno oferecido necessariamente aos não brancos, legitimado ideologicamente por uma compensação de que esta é a verdadeira cultura brasileira! E introjetamos a desconfiança cega de que um não branco possa ingressar no seleto clube dos acadêmicos capazes, em qualquer área. E se o consegue será considerado traidor de suas origens!....

 

Padre José Cândido da Silva

Pároco da Igreja São Sebastião - Barro Preto


 

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