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Assunção de Nossa Senhora


Serva humilde

"Olhou para a humildade da sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada." O Cântico de Maria ilumina a Liturgia da Palavra, nesta festa da Assunção, expressando todo o seu sentido. Maria anuncia Deus, falando sobre si mesma, e suscita a nossa esperança. "Sua misericórdia se estende, de geração em geração": este é o segredo da sua alegria e da nossa alegria.

Missa da vigília (sábado à tarde ou à noite)

1ª leitura: “Levaram a arca de Deus e a colocaram no meio da tenda que Davi tinha armado” (1 Crônicas 15,3-4.15-16;16,1-2)

Salmo: Sl 131(132) - R/ Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, subi com vossa arca poderosa!

2ª leitura: “Deus nos dá a vitória pelo Senhor nosso, Jesus Cristo” (1 Coríntios 15,54-57)

Evangelho: “Feliz o ventre que te trouxe!” (Lucas 11,27-28)

Missa do dia

1ª leitura: “Uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés” (Apocalipse 11,19;12,1.3-6.10)

Salmo: Sl 44(45) - R/ À vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir.

2ª leitura: “Primeiro, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo” (1 Coríntios 15,20-27)

Evangelho: “O Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor. Ele elevou os humildes” (Lucas 1,39-56)

A mãe de todos os viventes

Não há qualquer indício da Assunção nas Escrituras. Este «dogma» é fruto de uma dedução: Jesus e sua mãe são inseparáveis. E, se Jesus está vivo, a sua mãe também deve estar. Significa, então, que Maria não teria morrido? Absolutamente! Pois, até mesmo o seu filho morreu. Não nos surpreendamos, portanto, se a segunda leitura não nos fale de imortalidade, mas sim de ressurreição. Desde os primeiros séculos, os cristãos não falam em morte, para Maria, mas em «dormição». No Apocalipse (1ª leitura), a Mulher que deu à luz este «que veio para governar todas as nações» fugiu «para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar». O deserto! Eis que somos levados de volta ao Êxodo, a caminho de um futuro que é o objeto de toda esperança. Será que até mesmo Maria tivesse de esperar o que chamamos de «a volta de Cristo»? O cumprimento de todas as promessas? Junto com Cristo, e n’Ele, Deus se pôs no tempo. Com Ele, Maria está também neste mesmo caminho. Deus, Jesus e Maria são totalmente solidários com o homem. Filho de Maria e Filho de Deus, Jesus é também «Filho do homem». Por isso, com certeza, sendo a mãe de Cristo, Maria é também a mãe da humanidade: «Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí a tua mãe» é o que, no momento de sua morte, Jesus diz para Maria e para «o discípulo que ele amava». De qualquer forma, João vai tomar o lugar de Jesus, e Maria se tornará mãe deste novo Corpo de Cristo, que será o povo dos crentes reunidos na unidade do amor.

Maria e nós

Tudo isso nos leva a compreender que Maria revela o que todos somos. Ela nos permite ver o que a fé nos revela sobre nós mesmos e sobre a nossa relação com Deus. Não se trata apenas de «verdades» que dizem respeito à nossa vida somente, mas também de história. Lemos hoje o Magnificat. Todas as suas frases são citações das Escrituras. Assim, ficamos sabendo que Maria é o resultado, o fruto, de toda a aventura de Israel. Uma aventura cheia de pecados do homem, de suas violências e eclipses de sua fé. Mas que termina bem, porque Deus usa o mal que fazemos para dele fazer advir o seu contrário: um acréscimo de amor e, também, uma visão mais justa do que Ele é e de quem somos nós. Maria recapitula toda esta história que foi chamada de «Sagrada». Não é, pois, nenhuma estranha que pairasse acima desta nossa humanidade que vive no rés do chão, enquanto ela reinasse nos céus sem história nem revezes. Ela está conosco e nós estamos com ela. A palavra «assunção» vem de um verbo latino que significa «tomar para si». Maria foi tomada por Deus e, por este fato, recapitula toda a nossa aventura humana. O que chamamos de «Revelação» nos ensina que Deus nos tomou de fato ao seu encargo, fomos «assumidos» por Deus; até mesmo no que há de pior, até mesmo na Cruz.

“Bem-aventurada aquela que acreditou”

A Assunção representa, portanto, tudo o que Deus faz por nós, e o que Ele faz de nós. Maria é a nossa cabeça de ponte na «vida eterna», do mesmo modo que é o resultado de tudo o que viveu Israel. Por ela, a vida divina, com efeito, vem se misturar à nossa. Releiamos o Magnificat, este grito de reconhecimento que Maria dirige a Deus no evangelho. Ele se compõe de duas partes. A primeira refere-se pessoalmente a Maria: Deus interessou-se por ela, a humilde serva; e, para ela, fez grandes coisas… A segunda parte do versículo 49 alarga ainda mais a perspectiva: se Maria foi preenchida assim por Deus, é porque bondade d’Ele «se estende, de geração em geração, sobre todos os que o respeitam». Ele eleva os humildes, enche de bens os famintos. Temos aí todos os que Maria recapitula, em oposição aos orgulhosos, aos poderosos, aos ricos… E isto, que também vale para o futuro, deu forma a este passado todo, que começa a se revelar com Abraão e vai até desembocar nesta descendência que Maria vai pôr no mundo. Ela é «bem-aventurada» porque acreditou neste amor incrível que nos faz ser e nos conduz à perfeição da nossa criação. «Bem aventurados» somos nós também, e destinados à mesma felicidade, se, assim como Abraão começou a fazer e Maria completou, acreditamos na promessa de Deus.

Marcel Domergue, jesuíta (tradução livre dos irmãos Lara)


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